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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Holanda

Entro na Holanda  por um caminho no meio da floresta, depois chego à estrada e o caminho desvia-se um pouco, e resolvo ir pela estrada. Passa um camião e apita, penso que me cumprimentou, depois passa outro carro e volta a apitar com toda a intensidade… percebo imediatamente que não devia andar ali. Na Holanda as bicicletas têm caminhos específicos, e não podem andar na estrada, salvo raras excepções no interior de pequenas vilas. Existem estradas para bicicletas que ligam todas as povoações, existe sinalização especifica indicando a prioridade das bicicletas, direcções, as passagens de nível têm 3 cancelas (uma para os carros e mais duas para cada ciclovia em cada lado da estrada, semáforos para ciclistas. Penso que quase todos se deslocam de bicicleta, mesmo com roupa a rigor.
Vejo caminhantes e ciclistas que cruzam as florestas para se deslocarem ou fazendo desporto.
As cidades são arrumadas, limpas, têm um aspecto dinâmico e criativo… mas para sair das cidades é mais complicado para mim, pois a sinalização indica na generalidade a povoação seguinte mais próxima e não tenho mapa tão detalhado. Andar nas ciclovias e passeios que são feitos para peões e bicicletas. Também não é tão rápido como andar na estrada e o piso também não têm a qualidade de uma estrada, já para não falar que tenho que cruzar a estrada algumas vezes para o outro lado.
No primeiro dia na Holanda, chego a Hertogenbosch, e sou convidado para dormir em sua casa, ele também gosta de viajar de bicicleta. Sou recebido pela sua família, numa moradia nos arredores da cidade, uma zona calma. 3 ou 4 filhos não sei precisar de momento, já lá vai algum tempo… um deles é Dj e está a colocar música, prepara-se para a festa que vai participar. Oferecem-me o jantar e de seguida ausentam-se todos de casa e eu fico a cortar o cabelo, fazer barba, tomar banho, máxima confiança… a filha de 16 anos pede a mãe para me comprar um biscoitos, deliciosos… e fiquei comovido pela lembrança.
Parto de novo, e está um vento fortíssimo, vou por um caminho que passa por cima de um dique, maravilhoso, vejo as quintas, os barcos no canal. O canal é relativamente estreito e vejo 3 barcos a passarem lado a lado, um ultrapassa o outro e passa outro barco em sentido contrário. Pergunto-me como é que barcos tão grandes conseguem faze-lo num canal estreito.
Bom, estou a chegar ao final do dia e só encontro quintas com vedações, casas com vedações… não vejo floresta para acampar, começo a ficar farto do mesmo padrão. Olho para o mapa e vejo uma estrada com interesse (acompanhada de traço verde). Paro num semáforo e pergunto a um ciclista sobre esta estrada, ele diz-me que poderei ir por uma que passa pelo interior de uma floresta, e diz-me que ainda hoje regressará por ela mas primeiro tem que ir trabalhar, diz-me que é padre. Vou perguntando a algumas pessoas, e como é óbvio, nem todas sabem, acabo por encontrar uma que indica correctamente o caminho. Sinto-me aliviado, parecia que toda a área da Holanda era completamente preenchida por pessoas.
É uma floresta grande, tem caminhos lindos, apenas para pessoas, cavalos, ou bicicletas. Encontro também dunas de areia, maravilhoso… centenas de pessoas passeiam-se por entre estes caminhos correctamente sinalizados, algumas quintas, algumas com café e esplanada.
No dia seguinte voltei a entrar em outra floresta… falo com um ciclista nas proximidades, e ele diz-me que nesta floresta existem ao que eles chamam na Holanda “pequenas montanhas”. As montanhas não existem, apenas muito pequenos desníveis, mas a Holanda é bastante plana e daí este apelido para os pequenos desníveis.

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